• O lado negro da IoT: A tirania mascarada como desejo de fazer o bem

    • Palestrante: Maiara Ferrari
    • Tags: FISL 17
    • Info: A internet das coisas vem com a promessa de facilitar o cotidiano das pessoas. Objetos do dia a dia passarão a estar conectados em rede. Carros, pulseiras, camas, geladeiras, despertadores, fechaduras e até sofás estarão munidos de diversos sensores, responsáveis por monitorar o comportamento humano. E serão tomadores de decisões, agindo de forma automática. A cama relatará ao plano de saúde a quantidade de horas dormidas. A geladeira avisará ao nutricionista a qualidade da alimentação. O carro emitirá à fiscalização de transito se houve ocupação de vaga tempo a mais do que permitido. A humanidade já é dependente da tecnologia, será que também se tornará refém?

      Diante disso, percebe-se a dialética entre tecnologia e humanidade: o homem tornou-se escravo de sua própria concepção. E a tecnologia, algoz do homem. Isso pode ser vislumbrado nos “corretores de comportamento”. Um exemplo, são as pulseiras Pavlok, que vem com três aplicativos (fitness, despertador e monitor de hábitos na internet, onde seu método de repressão ao usuário é através de choques elétricos. Seu lema: “Pavlok não apenas monitora, mas transforma quem você é”.

      Assim, esse novo tipo de arranjo coloca sobre o ser humano toda a culpa e peso por seus “deslizes”. Mas as causas profundas que ocasionam esses ‘erros comportamentais’ são ignoradas por esses aplicativos, como a ignorância, pobreza ou doenças psíquicas e físicas.
      O tema dessa palestra será abordar a internet das coisas vs comportamento humano sob o aspecto da ‘tirania’ respaldada no desejo de educar. E essa vigilância comportamental toda traz à tona importantes questionamentos: A dependência da humanidade na tecnologia está transformando o indivíduo em máquina. Como o software livre pode ajudar na autonomia, interação e ‘preservação’ de dados e da vida de seus usuários? É importante ressaltar que a tecnologia é uma aliada do indivíduo, e não a protagonista de sua vida. Será que o ser humano já se conscientizou disso?